quinta-feira, 5 de julho de 2012

DAKAR



A conquista da Grande Partida do célebre Dakar nos anos de 2006, 2007 e 2008 entrou directamente para a galeria das grandes conquistas desportivas do Grupo Lagos Sports. A participação directa portuguesa ofereceu um novo e refrescado élan à mítica prova de todo-o-terreno, passando a mesma a ser denominada de Euromilhões Lisboa-Dakar, num retorno para a Marca jamais alcançado em Portugal - destacando-se em termos competitivos a realização, pela primeira vez de um conjunto de etapas a valer em solo europeu (Alentejo e Algarve), antes da transferência para o continente africano.
No primeiro Dakar em Lisboa, fui para Aljustrel para uma Zona de  Espectáculo          (ZE3), dia de 31 de Dezembro saímos de Lisboa as 05h00 da manhã e sem conhecermos a zona lá conseguimos encontrar o local onde se iria desenrolar a prova, no meio do profundo Alentejo, ai começamos a sentir que iria ser um longo dia com uma sandes e uma garrafa de água, a equipa era constituída por quatro elementos que estrategicamente fomos colocados em pontos julgados necessários para a realização do evento e para o público estar em segurança. Estava-mos a realizar as nossas tarefas, quando um espectador atrasado me pergunta se pode estacionar o seu veiculo numa zona em que só restava mesmo aquele espaço á medida do seu automóvel, respondi-lhe que sim e que o arruma-se da melhor maneira, lá arrumou o automóvel, e há hora do almoço chamou-me e ofereceu á nossa equipa bebida e um belo coelho guisado que estava uma delicia, eu e os meus colegas revezamo-nos e degustamos aquele saboroso pitéu. Nessa  mesma tarde  ainda tivemos que ajudar a coordenar alguns veículos que devido ao estado do terreno ficaram atolados em diversos espaços de acessos um pouco difíceis.
Nessa mesma noite e depois de conseguirmos arranjar um Restaurante para dar de jantar a nós e a mais vinte  pessoas  ou seja no total de vinte e quatro, ali fizemos a nossa ceia de Ano Novo , faltando só ir passar a passagem de ano em algum sitio agradável o que foi difícil  eu   fui para uma festa particular a restante malta foi dormir pois no outro dia cada equipa tinha que ir para outra zona de espectáculo, vendo-me só, comi as doze passas bebi um espumante e comi um caldo verde, dei um pé de dança e regressei  á residêncial para o meu merecido descanso  Eis que a festa continua em frente a porta da residêncial com bolos, frutos secos, vinhos espumantes e de repente uma garrafa de whisky que ainda hoje estou para saber como é que as 02h00 da manhã aparece tão precioso liquido, Lá fomos todos dormir para no outro dia cada qual rumar ao seu posto. De Aljustrel rumamos a Almodôvar a um sitio  no meio de uns montes para o segundo dia de dakar em Portugal  como não sabia-mos onde perguntamos a G.N.R. onde ficava aquela zona de espectáculo ( Santo Estevão ),  o Agente muito sucinto lá nos explicou e que era já ali. Claro o já a li foram mais 30 kms,  mas lá demos com o sitio. Como a  passagem de todos os intervenientes na prova se deu por volta das 15 horas, rumamos para a Aldeia e para  uma Tasca, onde degustamos uma bela feijoada à algarvia, que estava divinal, rumando a Lisboa, dando por fim o primeiro Dakar em Portugal.
No Dakar do ano de 2008,  após 11 dias de trabalho na Logística do Lisboa – Dakar no Centro Cultural de Belém, tivemos uma triste notícia. Depois dos avisos dos Serviços Secretos Franceses, em relação à segurança na Mauritânia , a organização decidiu acatar e cancelar esta prova histórica.  Não é por acaso que eles esperaram pelo último dia para cancelar a prova. Não foi pelas ameaças terroristas, isso o pessoal já está habituado... Foi sim pelo Carlos Sousa. Eles viram nestes dias de preparação que o carro dele estava óptimo e ele estava impenetrável, de tanta concentração. Ainda tentaram sabotar o carro.   O que ninguém me tira da cabeça é que isto foi uma cabala contra Portugal... Porquê? Pois isto significava um aumento de capital a entrar no nosso país, aumentava a visibilidade do nosso país, quer a nível organizacional como turístico, melhorando de alguma forma a economia portuguesa. Por outro lado, era o ano do Carlos Sousa. E aí sim, acredito que tenha sido por este motivo que a organização cancelou o evento... A nível de publicidade o euro milhões  dava muito dinheiro e economicamente para Portugal era ouro sobre azul. Pois com o prestígio da prova o mundo saberia que Portugal tem capacidade de gerir eventos desta envergadura.

Zé Antunes

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