sexta-feira, 6 de julho de 2012

BIKE TOUR



Ver 7500 bicicletas juntas é uma imagem impressionante. No dia 21-06-2009 pela  manhã, os ciclistas ditaram leis na Ponte Vasco da Gama. Mas a 4ª edição do Lisboa Bike Tour teve uma má notícia: um participante morreu de ataque cardíaco.  O evento poderia ter sido um êxito total não fosse a morte de um participante ter manchado esta edição. Um homem de 63 anos faleceu na sequência de "um ataque cardíaco fulminante", segundo palavras de Rui Almeida, da organização,  soube que a tragédia deu-se poucos quilómetros após a partida. Uma socorrista e formadora da Cruz Vermelha que esteve no local como participante declarou que o INEM demorou "cerca de 20 minutos" a chegar ao local. A versão é, contudo, desmentida pelo organizador.
Sete mil em 150 autocarros O dia começou pouco depois das 7.00 da manhã, altura em que o cenário em redor da Gare do Oriente já era impressionante. Mais de sete mil pessoas distribuíam-se por várias filas para serem escoadas para dentro de um dos 150 autocarros da Carris que as levariam até à Ponte Vasco da Gama, já quase na outra margem, onde estavam as bicicletas.
Ora, enfiar 7500 pessoas em 150 autocarros e levá-las para uma ponte com o trânsito cortado num dos sentidos tem muito que se lhe diga - mas não deixou de ser espantoso verificar como tudo se passou com uma rapidez bastante aceitável, fruto da eficiente colaboração dos vigilantes da Prosegur e das autoridades policiais. Quem parecia não estar a gostar do cenário eram as centenas de automobilistas que tiveram de parar os seus automóveis para ceder passagem.
Com os 60 euros de inscrição, cada participante teve direito a levar para casa uma bicicleta - preta ou cinzenta metalizada, suspensão dianteira, mudanças e, em suma, bastante aceitável - um capacete, uma t-shirt, uma mochila (com reservatório de água), barras de cereais e até uma embalagem de "toalhetes de rosto" para limpar a transpiração. Foi um bom negócio.
Terá sido pouco antes das 11 horas que foi dado o sinal de partida. "Encontramo-nos mais tarde para bebermos umas minis", vociferou ao microfone o speaker de serviço tentando motivar a plebe que tostava debaixo de um sol imenso. O mega-pelotão arrancou lento, claro, não fosse ele um caudal extenso. Não sem demoras detectaram-se logo alguns "chicos-espertos" cheios de pressa, como se  tratasse de uma corrida. No plano oposto, houve quem pedalasse uns 500 metros e começasse logo a "descansar" ou a empurrar a bicicleta à mão.
Pairava um ambiente de convívio: os participantes, mesmo não se conhecendo, falavam uns com os outros. Do outro lado, os automobilistas que seguiam a passo de caracol permaneciam amuados com a "seca" que se lhes era imposta.
Alguns dos pontos altos do trajecto, ainda na ponte, foram os momentos de mangueirada dos bombeiros, camião encostado à berma e água fresca para cima do pelotão. Já no interior de Lisboa, na Avenida D. João II, alguns populares permaneciam na berma a mandar bitaites do estilo "ali ao fundo é à direita" ou piropos às moças que pedalavam com epiderme exposta.
Catorze quilómetros depois, o final do trajecto aconteceu ao lado do Pavilhão Atlântico. Face ao assinalável calor, grande parte dos ciclistas optaram por descansar sob a pala do Pavilhão de Portugal. E pareciam todos satisfeitos. Vários participantes estiveram na  Bike Tour pelo terceiro ano consecutivo. Chegavam transpirados e ofegantes. Elogiaram a organização mas consideraram "insuficiente" a quantidade de água disponibilizada. Já um amigo meu que se estreou no Bike Tour e preferiu sublinhar o facto do evento "incentivar o pessoal para a prática do cicloturismo". Saliento ainda que na minha opinião para estes eventos todos deveriam  se sujeitar a uma consulta médica pois muitas pessoas com a ânsia de partecipar não protegem a sua saúde, digo isto também pelo  homem que teve um ataque cardíaco fulminante. Fim do Evento resolveu-se ir almoçar e ai foi outra festa na degustação de variadíssimos sabores de variadíssima comida que nos foi apresentada.

 Zé Antunes

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